“DENTRO DO GAME TUDO FICA IGUAL”, DIZ MÃE DE JOGADOR COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Menino Rafael é um grande fã de eSports que não se contenta com o impossível



Os eSports são para todos e Rafael da Silva prova isso todos os dias. O menino de 10 anos possui uma agenesia em sua mão esquerda, mas isso não o impede de ser um jogador e fã assíduo de games competitivos. Sua mãe, Vanessa, contou ao Versus a trajetória de seu filho, que vai de uma amizade com Gabriel "FalleN" Toledoà participação em muitos eventos de jogos de tiro. 


Conheci Vanessa Ferreira da Silva, artesã de 38 anos e mãe de dois filhos, Rafael e Leonardo, na etapa sul-americana do PGI. Ela descreve a gravidez de seu primogênito com ternura, e conta sobre como reagiu ao descobrir a condição especial do filho: “O Rafael é um menino de 10 anos muito feliz e que veio para mudar nossa vida. Em um ultrassom, descobrimos que ele não tinha a mão esquerda”.  
“Quando ele nasceu, ao olhar aquele rostinho, eu e meu marido decidimos que faríamos de tudo pela felicidade dele”. 
Rafael possui a Síndrome da Brida Amniótica, uma patologia congênita rara causada pelo aprisionamento de partes do feto por anéis fibrosos do saco amniótico no útero. A síndrome, que se trata de um “trauma intra uterino”, ou seja, um “acidente” ocorrido durante a gestação, afeta aproximadamente 1 a cada 1500 nascimentos e não possui características genéticas ou hereditárias. 

Superação 
“O Rafael superou todo obstáculo que a vida lhe impôs desde o começo", diz Vanessa. "Seja o engatinhar, depois andar de bicicleta e o principal: poder jogar videogame como o pai. Com dois anos, o pai colocava ele no colo e eles brincavam no Quake 1. Hoje ele joga de tudo, desde CS:GO, Fortnite, PUBG a Call of Duty, como qualquer outra criança."
Atualmente, o favorito de Rafael é o jogo de tiro da Valve. Para o Counter-Strike e todos os games de PC, a movimentação básica do personagem - como ir pra frente, pra trás e esquivar para os lados - fica no teclado do garoto enquanto todos os outros comandos, como abaixar, correr, mudar de arma, pular, atirar, deitar, são configurados em um mouse com mais botões.
Enquanto desvia de tiros dos adversários, no entanto, o garoto é atingido pela toxicidade. Segundo Vanessa, Rafael recebe ofensas nas partidas online que são direcionadas: “Ele já passou por alguns momentos chatos. O que geralmente acontece com crianças nos jogos, com ele não é diferente. A voz da criança já é motivo de ofensas, mas sempre tem aqueles que conseguem machucar mais”. 
“Já falaram para ele vender o teclado e comprar uma mão. Essa foi apenas uma de algumas vezes que tivemos que sentar com ele e explicar que infelizmente existem pessoas ignorantes, e cabe a nós não nos deixar abater e sempre melhorar independente do que alguém pensa sobre você. Ensinamos ele para que supere qualquer obstáculo”.








Menino Rafael é um grande fã de eSports que não se contenta com o impossível


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Agenesia de mão: Dara

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Mãos de Dara (Síndrome da Brida Amniótica)

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